Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

sábado, 26 de novembro de 2016

Em casal de Serras arde o castanheiro, lâmpada de pobres a fazer serão



...Em casal de Serras arde o castanheiro
Lâmpada de pobres a fazer serão;
De redor no grande festival braseiro
velhinha, o velho, o lavrador trigueiro,
A mulher, os filhos, o bichano e o cão.

Como não sentir um estranho afecto,
Se lhe dera a trave que sustenta o tecto,
Se lhe dera o berço onde repoisa o neto,
Se lhe dera a tulha onde arrecada o pão!


Fez com ele o jugo e fez com ele o arado;
Fez com ele as portas contra os vendavais;
E com ele é feito o velho leito amado,
Onde se deitara para o seu noivado,
E onde já morreram seus avós, seus pais!


Eis as brasas mortas... Ei-lo já converso
O castanheiro em cinza, o fumo vão, em luz.
Luz e fumo e cinza tudo irá disperso
Reviver na vida eterna do Universo
Círculo de enigmas que ninguém traduz"...

Guerra Junqueiro














































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