Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Lenda de Santa Comba dos Vales, uma guerra entre cristãos e mouros






A Serra dos Passos ou Serra da Santa Comba, situada no Alto Trás-os-Montes, que abrange dois concelhos, Valpaços e Mirandela, e também dois distritos, respectivamente Vila Real e Bragança, está rodeada de lendas e histórias encantadas que explicam o conflito e revolta que o domínio dos povos árabes teve na região.
Reza a lenda que dois irmãos pastores, Comba e Leonardo, pastoreavam os rebanhos na serra. A beleza de Comba a todos fascinava e o rei mouro também não resistiu a tanto encanto, pelo que, na qualidade de soberano e vencedor dos povos da região, nada lhe podia ser negado, e quis então possui-la. Depois de várias tentativas falhadas, experimentou a violência para conseguir pela força o que não conseguiu pelo jeito, mas Comba fugiu, e quando o Rei de Orelhão (que tinha uma orelha de burro e outra de cão) estava prestes a apanha-la, invoca os poderes divinos dizendo: “Abre-te fraga bendita, para em ti entrar a Comba cativa”. A fraga abriu-se e abrigou no seu seio aquela heroína da resistência cristã, contra o domínio da mourama.
O Rei de Orelhão achava que nada o poderia deter e avançou sobre a fraga, onde o cavalo, ao estacar, deixou as ferraduras gravadas na fraga. Cansado, e espumando de raiva, vingou-se matando Leonardo, o irmão de Comba, abriu-lhe a barriga, tirou-lhe as tripas e deitou-as para um poço. Consta-se que por esse motivo, apesar de se situar no cume de um monte, esse poço nunca seca, e a sua água é sempre fresquinha para matar a sede dos romeiros que ali vão prestar homenagem aos heróis da cristandade.

Fonte: Raízes
















































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