Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

sábado, 18 de março de 2017

Há sempre um motivo para partirmos à descoberta das terras de Valpaços





Há sempre um motivo para partirmos à descoberta das terras de Valpaços, em Trás-os-Montes, este Reino Maravilhoso que Miguel Torga cantou como ninguém. Ontem foi dia de vaguear por lugares que me são muito gratos, pelas memórias que guardam do passado.
Fornos do Pinhal, Santa Valha, Barreiros e Sonim foram os lugares por onde andámos, que mereciam uma visita mais demorada, mas o tempo foi pouco para tão atraente e diversificado percurso, e tão agradável companhia.
Entrámos por ruas e ruelas, caminhos estreitos bordados de granito tosco e admirámos vestígios arqueológicos, artefactos utilizados, outrora, na agricultura, nomeadamente na cultura do vinho e do azeite e que perduram na memória do povo que os concebeu e utilizou e num museu de nome Memórias.
Deslumbrámo-nos com a arte estampada nas paredes das varandas da casa de um professor, que também foi pintor, retratista, caricaturista, poeta, artesão, lavrador, humorista e, acima de tudo, um grande benemérito, afirma-o, com toda a convicção, a população de Barreiros.
Visitámos, também, casas senhoriais que ainda hoje ostentam o brilho e opulência de outros tempos, e outros monumentos que albergam um néctar produzido nestas terras e esse néctar é fruto das videiras e do trabalho do homem.
Por escassas horas ligámo-nos às pessoas e admirámos os laços que os ligam à terra que pisam
e trabalham com o suor dos dias, às árvores e aos montes, às fragas e penedos, às nascentes e aos rios, aos vizinhos, às memórias e lendas, aos saberes, artes e tradições...

Regressámos com os olhos cheios e o coração afagado com a ternura desta gente que abre os braços e a porta para receber, à boa maneira transmontana, quem vier por bem.














































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